Os Sinos nas Aldeias

Hoje acordei a ouvi-los. Sonharia com a aldeia onde costumo prestar-lhes atenção.

Foi uma noite agitada em que salvei um canguru de morrer afogado numa piscina. Juro.

Depois, e quem sabe em sinal de agradecimento, o raio do bicho não mais me largou.

E falava. Tornou-se um género de escravo nas lides domésticas sabendo de etiqueta o suficiente para por a mesa a um rei.

Mas, no meio daquilo tudo, sintia-me desconfortável na presença dele. Os seus enormes olhos azuis (isto, sendo um sonho, permite todos os disparates) miravam-me incessantemente e percorriam o meu corpo com um desejo despropositado.

Acabei a acordar com as tais badaladas que, na tal aldeia, anunciam as mais das vezes a morte de alguém.

Calculo que matei o canguru...

Eu não sou, definitivamente, normal.