domingo, fevereiro 27, 2005

Da Dor

Palavra pequena demais para o imenso sentimento que encerra.
Coisa ruim que consome.
Mergulhar nela.
Permanecer aí.
Não lhe fugir...

(não se lhe pode virar as costas porque ela não vai embora sem a coragem de a olhar de frente e, de novo, emergir...)

N.A.: lendo de forma rápida o título do post, a fonética transforma as duas palavras em 'dador'. Dá que pensar. A anulação do espaço entre elas transforma-as em algo altruísta e construtivo. Vou lembrar-me disto.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Aqui Sentada

Fico, invariavelmente, surpresa com aquilo que vou descobrindo de mim ao escrevinhar 'à rédea solta', como faço aqui sentada.

Não é o mesmo que pegar num papel e rascunhá-lo. No papel sobressai um lado meu de insconstância, que está aqui também, mas disfarçado de 'arial' ou 'times new roman' e que num manuscrito se evidencia pela irregularidade da caligrafia.
Sempre tive pena de não me conseguir definir através dela. A verdade é que, num paragráfo de três linhas, percorro quase todos os estilos que vêm nos manuais dedicados ao estudo da dita.
Digamos que, seria difícil a um 'profiler', daqueles que vemos nas séries norte-americanas, 'apanhar-me' por aí.

Aqui, nesta cadeira incómoda, frente a frente com um écran em que vejo surgir as vogais e consantes ao sabor do pensamento, juntas a tentar fazer sentido e sem a distração da forma, escrevo com a alma, sem ninguém ver!

Legalização do Aborto

A ideia de referendar a legalização do aborto ainda este ano, por parte do Bloco de Esquerda, como primeira reivindicação após a euforia da 'vitória' aritemética do x3, faz com que me apeteça 'colar' aqui um texto escrito por mim há um par d'anos e que traduz a minha posição quanto ao assunto:

Sou contra o aborto. Sem complacências. Como um dogma de fé, baseado no princípio da sacralização do direito à vida, que é aqui paradigmático. Só admito nesta questão o contra e o a favor, tout court. Tudo o que ultrapasse isto não resiste à análise.

A dificuldade dos argumentos:

Se alguém se dignar a ler o que acabei de escrever e, mais ainda, responder, irão os leitores perceber exactamente onde quero chegar...vão começar a discutir se deve existir penalização jurídica para as mulheres que o fazem (não disse 'praticam', palavra totalmente inapropriada porque induz a ideia de que é coisa de 'dia sim dia não' propositadamente, note-se), depois passarão para a discussão do nº de semanas do embrião/feto e a legitimidade baseada no tempo que decorre entre fecundação e o acto em si, depois falarão em eugenia, ou seja, no direito que assiste a qualquer pai/mãe ede ter um filho perfeitinho, etc, etc.

Quanto à despenalização, a única coisa que faz sentido que me lembro de ter ouvido foi isto:

Uma mãe que rouba comida para o filho faminto, no super-mercado da esquina, deve ser penalizada? Todos respondemos em coro_ claro que não! Deve-se então despenalizar o roubo?

Dr. Gentil Martins dixit, e eu concordo!

Quanto à eugenia, conto-vos aqui um segredo, que fará alguns de vós acordar para uma realidade difícil de suportar: nascer saudável é tudo menos ganhar um passaporte vitalício para o mundo dos ditos normais...acontece que até conheço casos em que, depois de um parto natural associado a um nado-vivo perfeitinho perfeitinho, se sucedem em catadupa situações que, fora do controlo de uma mãe de primeira viagem, terminam com sequelas permanentes para esse bébé, relembro, em tudo perfeitinho à nascença!

Já para não falar daquelas gravidezes perfeitas que terminam em partos de consequências desastrosas!

Desculpem este chorrilho de considerandos mas, se chegaram até aqui, algum interesse o tema vos desperta.

Finalizando, deixo aqui uma situação hipotética mas passível de acontecer, com o fito de vos fazer pensar sobre ela, e só: Imaginem uma mãe que, após uma amniocentese, descobre à 24ª semana (o resultado destes exames demora) estar à espera de um filho portador de trissomia 21, vulgo mongolismo. A lei permite a essa mulher recorrer ao aborto terapêutico até às 'tantas' semanas (penso que 24, não estou segura). Esse exame acarreta riscos, nomeadamente a possibilidade de desencadear um parto prematuro (ignorem por favor a falta de rigor técnico...concentrem-se antes no cerne da questão).
Se tal acontecer, pós exame, o médico que assistirá a grávida, agora parturiente, à chegada de uma qualquer maternidade fará, naturalmente, tudo o que estiver ao seu alcance para levar aquela gravidez a termo, certo? Para quê, pergunto eu? Para ganhar tempo, esperar pelo resultado do exame e se poder chegar à conclusão que, afinal, o bébé esperado vem com defeito e, como tal, não verá nunca chegará a ver a luz do dia porque assim escolherão muitos pais...!

Ou, ainda e no limite, o parto é mesmo desencadeado e a criança nasce, será enfiada numa incubadora, rodeada de todos os cuidados para que se apoie a díficil luta que terá de enfrentar pela sobrevivência, pouco provável. Mas ninguém lhe virará as costas porque a lei não permite, após o nascimento, deixar morrer.

É...só consigo aceitar os absolutamente contra e os absolutamente a favor.

Assuma-se isso e lute-se por aquilo em que se acredita. O resto, são círculos desenhados incessantemente, sem qualquer espécie de saída sensata e com poucas possibilidades de consensos.

Plim.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Rédea Solta!

Assustador...muiiiito assustador!

Pelo menos desta vez não haverá desculpas se, daqui a 4 anos, o país estiver de 'fio-dental'.

A ver!

domingo, fevereiro 20, 2005

São, precisamente, 12h e 56'

Dia D: dúvida, descrédito, desinteresse, desmoralização, distância, desorganização, dormência e desistência.

Mas, ao mesmo tempo: direito e dever.

Enfim, Dislates soltos da Di em Dia D'eleições!

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Memórias!

Em 'passeio' pela web detive-me nuns considerandos dum ilustre 'nick' sobre o aproveitamento político, em plena campanha eleitoral, da fé católica dos portugueses a propósito da morte da irmã Lúcia.

De repente, recordei-me do já longínquo ano de 1999, e de dois compinchas que tinham lugar cativo nos meios de comunicação, invariavelmente lado a lado, numa extrema e intensa comunhão de valores: o sempre simpático padre Victor Melícias e o afável e dialogante candidato a 1º ministro, António Guterres.

Lembram-se?

Eu cá sim...

Arrelias!

Esqueci-me de ver o resultado da votação.

Também me esqueci de ver o debate.

Ando desmemoriada, caramba!!!

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Definitivamente...

Nada mais me surpreende, nos media.

Hoje temos votação por telefone:

''Deve ou não ser beatificada a Irmã Lúcia?''

Se acha que sim, ligue 'x'
Se acha que não, ligue 'y'

Acho que também se pode votar por sms, mas não tenho a certeza.

O resultado é divulgado amanhã, provavelmente durante as exéquias, interrompendo-se a emissão especial das cerimónias fúnebres.

Mal posso esperar...

Como Se Fosse Preciso...

...este dia, para gritar que te amo!

*

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

O Melhor Amigo do Ser Humano

(viram a subtileza com que me desviei do género?)

Tenho em casa, temporariamente, um cachorro. É um canídeo especial, como especial é quem mo 'emprestou'.

Sempre achei que os animais domésticos são, invariavelmente, muito parecidos com os seus donos. Experimentação com trabalho de campo e pimba: comprova-se a teoria.

Os momentos que passamos juntos são deliciosos. Não há palavras entre nós, há sim sintonias e estados de espírito partilhados em plenitude. Ele percebe os meus silêncios e o mimo salta na hora certa. E é retribuído com um prazer incomensurável.

Só há um senão: não lhe disseram, as vezes suficientes, que ele é um cão. E às tantas esquece-se !

Pudesse eu e não o devolvia...

Gufi, és filho dum guerreiro e isso nota-se!

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Nota Mental

1. Não perder a entrevista da Constança Cunha e Sá ao Jerónimo de Sousa, hoje no Jornal Nacional...

2. Não perder as seguintes.

(ontem foi um arraso ao Louçã, hi hi hi)

Bacalhau com Todos

Constato que, tivesse eu baptizado o meu belogue com esse nome, ou até Cozido à Portuguesa, porque não, e teria o triplo de visitas oriundas do google...ah pois teria!

:D

As Portas e as Janelas

Diz-se que Deus fecha uma porta mas abre uma janela.

Detenho-me nisto e analiso: o que difere entre uma e outra, enquanto metáfora que encerra um significado para além da semântica?

- a porta é mais alta e mais larga e tem uma função específica, de passagem: ou se entra ou se sai. Pode ficar entreaberta, permitindo liberdade de movimentos ou dando a entender as boas vindas a quem chega;

- a janela abre-se com o propósito de deixar que o ar circule ou que o sol banhe o soalho. Se o tempo está frio ou chuvoso tende a permanecer fechada. Se, pelo contrário, o sol brilha e a temperatura é amena, escancara-se a dita e o mundo caseiro amplia-se.

Posto isto o que quererá dizer a frase em análise?

A minha interpretação é livre e cheia de subjectividade (redundância). Retiro dali uma mensagem fundamental:

'não te detenhas perante uma porta fechada. procura antes a janela. usa-a com uma mão cheia de intuição, racionalidade q.b. e uma pitada de risco. saindo pela janela, podes sempre dar a volta ao destino, chegar à porta fechada e descobrir, assim, que ela abre por fora...'

Di Dixit!

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Viagem

Estou, neste momento, em viagem para longe, para terras quentes e solarengas. Não fui de avião. Apanhei um (o) coração.

Viagem boa, esta.

Quando mergulhar naquele mar, azul, não vou sentir na pele a temperatura tépida das águas mas vou, seguramente, sentir a imensidão do seu poder.

As sensações partilham-se através do amor. E não há formas, nem espaços. E os cinco sentidos são 10, afinal.

É esta, seguramente, a felicidade suprema: partilhar uma alma intemporal.

*


terça-feira, fevereiro 01, 2005

Futebóis...

Pois é, parece que o meu Sporting não ganhou ao outro, das riscas verdibrancas.

Eu não vi o jogo, como é hábito. Pouco percebo de futebol, para além do facto de saber que há 22 jogadores em campo, 1 bola, 2 balizas, 1 árbitro e uma incógnita de fiscais de linha com umas bandeirinhas pequenitas, seja lá isso para o que for.

De qualquer maneira, resolvi pegar no tema porque me parece que o vírus 'confusionis desorientantis' se instalou no país, não só na poplítica mas em todos os sectores, incluíndo este, do desporto rei (rei, é como quem diz...ou será rei, mas assim pobrezinho, com um reino equivalente).

O Sporting mas o Outro, vai à frente do Campeonato (parece que agora se diz Liga, mas detesto essa palavra porque me lembra sempre casamento/dinheiro/leilão, cuja 'liga' não liga), depois o Porto perdeu com o que está no último lugar, depois o Benfica ganha jogo sim jogo não e parece que não são os mesmos jogadores, mesmo sendo (isto são coisas que ouço dizer), depois o nosso Sporting (nosso porque, pelo menos a Miss Pearls é cá das minhas e o Statler Marreta parece que também) joga, joga, joga e não ganha.

E isto lembra-me o Campeonato Eleitoral (ou Liga ou o raio), que continua a ser jogado, taco a taco, pelos outdoors espalhados pela cidade, que se respondem uns aos outros à velocidade da 'cola' (que, ninguém me tira da cabeça, é snifada antes do acto criativo).

Enfim, isto até me dá gozo, confesso! Ou não...