sábado, janeiro 07, 2006

Vamos Brindar...

"...com vinho verde que é do meu Portugal,
e o vinho verde me fará recordar,
a aldeia branca que deixei
atrás do mar..."

Só quem já emigrou me perceberá!

É muito díficil viver longe de todas as nossas referências. Familiares, culturais ou sociais. A língua diferente, o humor incompreensível, o desajuste permanente.

Haverá aqueles que se esforçam por se integrar no mundo que os acolhe nessa nova etapa.

Outros, como eu, com medo de gostar e não querer voltar, permanecem como outsiders, numa postura de permanentes observadores críticos, nunca se deixando levar pelas ilusórias facilidades económico-financeiras que esses lugares parecem oferecer.

Depois, sofre-se...sofre-se muito.

Mas há aquela coisa da perspicácia que nos leva a perceber que, ao passarmos a pertencer ali, passamos a pertencer a lado nenhum...

A saudade, o raisparta da saudade!

(nunca fui feliz em lado nenhum...essa é a verdade...)

5 comentários:

Pêndulo disse...

Há-de flutuar uma cidade

há-de flutuar uma cidade no crepúscolo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade

Al Berto

Pêndulo disse...

Antes que seja crucificado; é crepúsculo

mixtu disse...

...mas está na altura de o seres...
As viagens são agradáveis,gosto da ida, mas amo o regresso...
saludos

Alexandra disse...

Olha eu estive emigrada no brasil dois anos quando era adolescente. Uma vez a minha avó mandou-me pevides. Inté chorei de comoção caneco...

Anónimo disse...

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