Razão nasceu um bébé robusto e cor-de-rosa, cor da pele a lembrar a da mãe, naquela manhã quente em que sentiu o extâse que lhe provocou o primeiro orgasmo sentido, e que a levou aqui: a sala de partos.
Era uma divisão fria e com muita luz, embora não se percebesse donde emanava. Era de noite cerrada mas parecia mais dia que o próprio dia. Havia permanentemente gente a entrar e a sair sem que ela percebesse porquê ou para quê. Achava que todos deviam sossegar, aliás como ela sossegava.
Sentia dores mas sem medo. Sabia, instintivamente que eram dores 'das boas', daquelas em que, regra geral, não se morre.
E quando lhe dissram que fizesse força pela barriga, embora sem perceber fê-lo. Três vezes e tinha Razão no seu colo, redondinho e escorregadio: o mais belo bébé do mundo.
Esse momento, mágico e inolvidável, mudou-lhe para sempre a perpectiva da vida. E tudo fez sentido.
Razão era sossegado mas exigente com as horas das refeições. Mamava com uma avidez que provocava dor durante toda a mamada. A mãe contraía-se, embora confortada com o sentir daquela pele cor-de-rosa contra a sua.
Razão mudou-lhe o corpo, mas confiava ser algo temporário e que, em breve, voltaria a recuperar a silhueta longilínea que antes possuía. Mas não era coisa que importasse, agora que gozava o desafio da maternidade.
Quando deu por isso, já Razão tinha as duas pernitas direitas e verticais, sustentava o corpo bamboleante e dava os primeiros passos, embora parecesse ter bebido 3 caipirinhas e não conseguisse seguir o caminho que escolhia.
Tinha passado um ano e, começava aí, a aventura de Razão. A descoberta do espaço...
2 comentários:
Não gosto da sonoridade de "Razão" , preferia que usasses "Senso" por exemplo.
Além do mais "razão " é um substantivo feminino.
As beijocas da praxe ***
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