terça-feira, dezembro 19, 2006

Quando nos Apaziguamos com o Destino

Fica tudo mais fácil.

Aceita-se a vida como ela é, muda-se o que se pode mudar, nada-se nas ondas do destino sem ser só para sobreviver. Sente-se a água na pele, quente ou fria, revolta ou calma.

Eu passei momentos em que achei que as ondas me iam engolir.
Nada mais errado.
As ondas, essas que achei ameaçadoras, levaram-me a alturas que me deram uma visão das coisas tão mais clara, verdadeira.

Quando achava que me afogava, descobri várias coisas:

1º: que a natação que fiz 15 anos ajudou muito;

2º: que quem verdadeiramente me ama nunca me largou, lançando-me bóias que agarrei porque com elas vinha a verdadeira vontade (desses 'quem') que eu não fosse embora, que ficasse porque era importatante nas suas vidas (maior benção? não há);

3º: que quem se dizia amigo e não sabe ser revelou-se, e o desencanto fez-me crescer e perceber que o que não me mata faz-me mais forte e que a desilusão só existe porque, distraída, criei ilusões;

4º: que, quando chorei, houve sempre alguém a secar-me as lágrimas.

Queria deixar aqui um incomensurável obrigada a todos aqueles que fizeram que ainda esteja aqui hoje, a escrever, viva!

Dia a dia, a minha vida parece fazer mais sentido. Tenho um propósito para cá ficar mais uns tempos e que não se resume à maternidade. É mais abrangente, mais completo.
Aqueles que se mantêm e mantiveram comigo saberão...
Os outros, hélas, deixaram de existir...para sempre! Nada saberão de mim porque nada que me diga respeito lhes rala. E este blog, tendo os dias contados, deixará de ser veículo de parvoeira e verborreia atípica.

Já merece acabar.

Tenho tudo o que escrevi guardado. Continuarei a escrever para mim e para quem amo.

Longe do semifrio, que nunca chegou a quente.
Lá para o Ano Novo...é o meu plano.

Farei, nessa altura, um poste verdadeiramente rico e consistente, para acabar em beleza esta fase da minha vida.

I'm on the turning away.

(talvez o facto de ter sido homenageada hoje me tenha feito escrever esta posta que parece despropositada...mas não é)

2 comentários:

Pêndulo disse...

Ó mulher isso foi gripe ?

:p

Anónimo disse...

Pois, agora que re-encontrei o prazer de ler um blog de alguém que escreve bem, capaz de tocar almas e corações (eu até sou filosoficamente materialista e acho que estes conceitos de alma e coração como entidades metafísicas são mera treta, que serve para substituir palavras mais complexas e ainda desconhecidas, nomes de neurotransmissores, receptores e efectores), lá vem a autora ameaçar que deixa, e que vai, e assim e assado, e cozido e grelhado! Deixa-te disso e escreve!