sábado, julho 12, 2014

Isto De Reler O Passado

São quase dez anos de blogue.
Escrevi mais uns anos, menos noutros mas, em retrospectiva, escrevi sempre sem rede, sem rever textos, sem filtros.
É claro que isso leva a que muitos dos arrazoados estejam pejagos de erros grosseiros, de outros de digitação, mas sempre achei isso secundário.
Continuo a pensar o mesmo, embora seja uma picuínhas quanto ao correcto português (em casa de ferreiro...enfim).
Mas, sem falsas modéstias despropositadas, houve tempos em que escrevi coisas assaz interessantes.
Ontem, dia de balanço para mim, cujo Ano Novo celebro no dia em que nasci, percebi várias coisas, assimilei outras e, ainda, conformei-me com a minha vida.
E, isto de se conformar, não é mau, não tem o sentido pejorativo que teimam em dar-lhe.
Ás vezes é tão só acolher um caminho que se fez, sem culpas e sem ressentimentos.
Porque foi o nosso, que escolhemos porque sim, porquen a bifurcação da estrada há sempre, sempre, uma escolha e, havendo que escolher, segue-se aquele que é possível, dentro das condicionantes.
Nunca houve muros intransponíveis num dos lados.
Só houve livre arbítrio, de que usufrui, para o mal e, especialmente, para o bem.
Há, por aí algures, um poema que gosto particularmente, porque é meu e não sou poetisa nem o aspiro.
Deixo-o porque, à altura, significou um mundo:

Adormecer Em Alto Mar!

Embalada nas ondas
Com a lua tocando o mar
Numa promiscuidade inusitada
Adormeci

Durante o sono o sonho fez-se vida
Existiu
E a pequenina janela que se abriu
Deixou a maresia entrar

Os meus dedos foram os teus
Emprestei-te as minhas mãos
Que percorreram o meu corpo como se não o conhecessem

A minha pele é macia
A minha alma também
Tocando as duas encontraste o paraíso
Em Alto Mar



1 comentário:

Maria Eu disse...

A perfeição de um encontro a dois! :)

Beijinhos Marianos, Dinada! :)