As Primeiras Consequências do Alarmismo

Assisti eu, há menos de 10'.

Fui à Farmácia do meu bairro.
E é um daqueles considerado 'fino', aqui relevante porque supostamente habitado pela classe média alta e com a consequente cultura escolar e social correspondente.

Quando entrei havia decibéis a mais.
Nada habitual.

Um cliente, esse sim habitual, zangado, levantava a voz ao farmacêutico que diariamente lhe mede a tensão arterial.

Foi comprar Tamiflu e não havia.

E, palavras dele, inacreditavelmente, o Dr. não estava nem de máscara nem de luvas.

A indignação era tanta que tive de me resguardar dos perdigotos lançados tipo arma de arremesso - bem feito, estivessem protegidos - no meio da perplexidade do que via.

Acabou por comprar uma caixa de máscaras, não sem antes exigir que o manuseamento da mesma onde vinham acondicionadas fosse feito com as ditas luvas.

Subiu-me a mostarda ao nariz e irtervim.
Não consefui mais ficar calada até porque estava na fila, à espera que a palhaçada acabasse.

Com calma e diplomacia (eu sou naturalmente assim, desde que não em situação de confronto com seja quem for que não respeite o meu lugar numa bicha...aí, não respondo por mim), comecei com o discurso do:

-Não pode ou não deve ir na onda dos media, é tudo um alarmismo, um exagero. Já viu quantos somos na Europa? E quantos estão infectados? E nenhuma morte? Ora.

Bom, de nada valeu, olhou-me com uns olhos de um azul já esbatido pela idade e ripostou:

-Fique na sua e eu na minha. Boa tarde.


Não preciso de escrever mais nada.

I made my point!