Amar-te com os olhos fechados
é amar-te cegamente.
Amar-te olhando para ti de frente
seria uma loucura...
Eu gostaria que me amassem com loucura
Marguerite Yourcenar
terça-feira, outubro 31, 2006
domingo, outubro 29, 2006
Quantas vezes...
vezes sem conta
me murmuraste o amor infinito
ficando...
havia e há
verdade nisso, do ficar
mas vã, efémera
sem soluções,
choro a partida
porque não sei fazer outra coisa
esforço-me
admito e admiro a coragem dos heróis
que de dentro trazem força
vencem medos
constróiem e aceitam
não há receita?
ninguém me ensina?
queria ser outra coisa
que não este peso morto,
morto
parece-me
quantas vezes
vezes sem conta
me murmuraste o amor finito
fugindo...
me murmuraste o amor infinito
ficando...
havia e há
verdade nisso, do ficar
mas vã, efémera
sem soluções,
choro a partida
porque não sei fazer outra coisa
esforço-me
admito e admiro a coragem dos heróis
que de dentro trazem força
vencem medos
constróiem e aceitam
não há receita?
ninguém me ensina?
queria ser outra coisa
que não este peso morto,
morto
parece-me
quantas vezes
vezes sem conta
me murmuraste o amor finito
fugindo...
sexta-feira, outubro 27, 2006
Up'nd Down...
Podia ser o começo duma canção dançável dos anos 70.
Não é.
A minha vida é um carrossel (como devem ser todas as vidas que eu sou lúcida) mas, ultimamente, com mais downs que ups, infelizmente.
Não me dá sossego, o destino. Agora, duas coisas difíceis.
Primeira, um primo que amo como se fosse irmão internado. Diagnóstico: pancreatite. Gravidade? Bom, muita...risco de vida.
Segunda, faço de baby-sitter pelas piores razões. Além dos meus rebentos, acolho outro, o filho da Zica de que falei há tempos. Está aqui em casa enquanto ela se droga no andar contíguo.
Merda de vida.
Phodace!
Não é.
A minha vida é um carrossel (como devem ser todas as vidas que eu sou lúcida) mas, ultimamente, com mais downs que ups, infelizmente.
Não me dá sossego, o destino. Agora, duas coisas difíceis.
Primeira, um primo que amo como se fosse irmão internado. Diagnóstico: pancreatite. Gravidade? Bom, muita...risco de vida.
Segunda, faço de baby-sitter pelas piores razões. Além dos meus rebentos, acolho outro, o filho da Zica de que falei há tempos. Está aqui em casa enquanto ela se droga no andar contíguo.
Merda de vida.
Phodace!
quarta-feira, outubro 25, 2006
Idade Maior
A esta hora, há 18 anos atrás, recebi a minha primeira benção maternal.
Hoje, essa benção, atinge a maioridade. Mas sempre foi grande.
Amo-te, Bernardo.
Hoje, essa benção, atinge a maioridade. Mas sempre foi grande.
Amo-te, Bernardo.
quarta-feira, outubro 18, 2006
Há Sempre Tempo Para...
Um sorriso rasgado.
Uma gargalhada sonora.
Um beijo roubado.
Uma guloseima proibida.
Em querendo...
Uma gargalhada sonora.
Um beijo roubado.
Uma guloseima proibida.
Em querendo...
terça-feira, outubro 17, 2006
Outono!
Chove copiosamente.
O vento chama-me ali fora. Abro a janela e deixo que o dito me invada.
Levou-me, hoje, a útima conexão com o passado conjugal. Oficialmente divorciada perdi apelido, ganhei coerência.
Sou Eu outra vez.
Serena.
Livre!
O vento chama-me ali fora. Abro a janela e deixo que o dito me invada.
Levou-me, hoje, a útima conexão com o passado conjugal. Oficialmente divorciada perdi apelido, ganhei coerência.
Sou Eu outra vez.
Serena.
Livre!
domingo, outubro 15, 2006
Com Certeza!
Digo:
O Amor Verdadeiro, aquele que se foi construindo sem imediatos, sem correria, fica para sempre como real e profundo.
Dê o nosso mundinho as voltas que der, permanece.
Eu confio no tempo, que há-de restabelecer a Verdade do Amor.
Eu confio...e Amo!
O Amor Verdadeiro, aquele que se foi construindo sem imediatos, sem correria, fica para sempre como real e profundo.
Dê o nosso mundinho as voltas que der, permanece.
Eu confio no tempo, que há-de restabelecer a Verdade do Amor.
Eu confio...e Amo!
sexta-feira, outubro 13, 2006
Pai!
Parabéns...
E desculpe-me. Não consigo dizer-lhe o quanto me dói não conseguir dizer: amo-o!
Desculpe. Pai!
(o beijo que lhe darei di-lo-à, sem palavras)
E desculpe-me. Não consigo dizer-lhe o quanto me dói não conseguir dizer: amo-o!
Desculpe. Pai!
(o beijo que lhe darei di-lo-à, sem palavras)
terça-feira, outubro 10, 2006
Queria Escrever Dia 11
Calha que é dia 10.
Estou cansada.
Venho dum dia complicado, duma semana difícil, de um par de meses doridos.
Há fases assim, em que tudo parece acontecer e uma avalanche de emoções contraditórias nos assola.
Gosto de estar viva, não sei se de saúde porque evito sabê-lo. Não gosto de análises de qualquer espécie (se estiver doente um dia saberei, ora).
O meu amigo Gil, com quem cresci, também não gostava.
Mas casou com uma mulher que não lhe deu muitas hipóteses quando, neste Verão, ele apresentava um cansaço e uns enjoos fora do normal. Fosse mulher e a notícia até podia ser boa. Não é. Cancro no estômago, com metástases no fígado e intestino.
Diagnóstico cruel: não faz 41 anos, em Dezembro. Já não faz...
Eu, em estado de choque, percebo que é mesmo preciso viver o Agora...sem análises, de preferência (lá está).
O Gil vai ser o meu segundo amigo de infância a partir fora do tempo. O primeiro, o Jorge, escolheu ir. O Gil não...queria ficar e não houve perguntas nem respostas.
Como se não bastasse, outra amiga de infância que, por voltas da vida voltou a ser minha vizinha, recaiu na heroína. Soube quase ao mesmo tempo. Nunca desconfiei de nada. Falamos todos os dias e ela, que tem um filho da idade do meu mais novo e que é um dos seus grandes amigos, sempre me pareceu sóbria, lúcida.
Até que a mãe dela me procurou, pedindo ajuda. A Zica perdeu-se de novo e tropeça nas seringas que deixa espalhadas pela casa. O filho também. A violência dentro daquelas paredes é uma constante e a fechadura foi mudada ontem. Onde andará a Zica que não me responde?
Chorei.
Olhei para mim e pensei: que pequeninos se tornam os meus problemas...microscópicos!
Estou cansada.
Venho dum dia complicado, duma semana difícil, de um par de meses doridos.
Há fases assim, em que tudo parece acontecer e uma avalanche de emoções contraditórias nos assola.
Gosto de estar viva, não sei se de saúde porque evito sabê-lo. Não gosto de análises de qualquer espécie (se estiver doente um dia saberei, ora).
O meu amigo Gil, com quem cresci, também não gostava.
Mas casou com uma mulher que não lhe deu muitas hipóteses quando, neste Verão, ele apresentava um cansaço e uns enjoos fora do normal. Fosse mulher e a notícia até podia ser boa. Não é. Cancro no estômago, com metástases no fígado e intestino.
Diagnóstico cruel: não faz 41 anos, em Dezembro. Já não faz...
Eu, em estado de choque, percebo que é mesmo preciso viver o Agora...sem análises, de preferência (lá está).
O Gil vai ser o meu segundo amigo de infância a partir fora do tempo. O primeiro, o Jorge, escolheu ir. O Gil não...queria ficar e não houve perguntas nem respostas.
Como se não bastasse, outra amiga de infância que, por voltas da vida voltou a ser minha vizinha, recaiu na heroína. Soube quase ao mesmo tempo. Nunca desconfiei de nada. Falamos todos os dias e ela, que tem um filho da idade do meu mais novo e que é um dos seus grandes amigos, sempre me pareceu sóbria, lúcida.
Até que a mãe dela me procurou, pedindo ajuda. A Zica perdeu-se de novo e tropeça nas seringas que deixa espalhadas pela casa. O filho também. A violência dentro daquelas paredes é uma constante e a fechadura foi mudada ontem. Onde andará a Zica que não me responde?
Chorei.
Olhei para mim e pensei: que pequeninos se tornam os meus problemas...microscópicos!
domingo, outubro 08, 2006
Amanheceu...
MAGNIFICAT
Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!
Álvaro de Campos, 7-11-1933
Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!
Álvaro de Campos, 7-11-1933
quarta-feira, outubro 04, 2006
Pensando Devagar!
As coisas que me aconteceram dependeram de mim e da minha discricionaridade.
As escolhas, condicionadas ou não, foram minhas.
De qualquer maneira, o meu Eu profundo diz-me que antes houvesse Destino.
Tino? faltou-me!
Quero estar feliz, porra!
As escolhas, condicionadas ou não, foram minhas.
De qualquer maneira, o meu Eu profundo diz-me que antes houvesse Destino.
Tino? faltou-me!
Quero estar feliz, porra!
Se...
Se, se, se...raisparta o se.
Se largar um filme a meio porque o enredo não me agrada e prefiro ser eu a escrever o fim, estarei a violar direitos de autor?
Se, se, se...raisparta o se!
Se largar um filme a meio porque o enredo não me agrada e prefiro ser eu a escrever o fim, estarei a violar direitos de autor?
Se, se, se...raisparta o se!
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