terça-feira, novembro 11, 2014

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Os Livros
Há-os para todos os gostos e para todas as fases da vida.
Em pequena (e por pequena leia-se com 6 anos) recebi o Livro da minha vida: "A Menina do Mar" de Sophia de Mello Breyner.
Mal sabia juntar letras e, sendo assim, corria atrás das imagens maravilhosas que ilustravam a história.
Ainda tenho esse livro, cheio de rabiscos meus, coloridos, em cima dos originais.
Este livro marca o início dum percurso feliz com literatura variada. Quando já conseguia juntar as letras e perceber as palavras que formavam as frases que davam sentido a um enredo agarrei-me às colecções que havia lá por casa: 1. "Os cinco" (todos); 2. "Os Sete" (alguns, que comparado com os anteriores...enfim, pobrito); 3. Perry Mason, todos; 4. Esqueci-me de pôr aqui no meio a Banda Desenhada que também me acompanhou sempre, em paralelo com os anteriores, e que inclui a "Mafaldinha" do maravilhoso Quino, "Michel Vaillant", "Astèrix", "O Príncipe Valente"; "Tin-Tin", etecétera; 5. Todos os livros da Colecção " 2 Mundos" onde conheci Steinbeck (paixão), Pearl Buck, Leon Uris, Irving Wallace (paixão), Hemingway, e outros tantos; 6. Finalmente os portugueses (ok, ok, Sophia é meio/meio), que demorei a gostar e mais ainda a perceber o porquê de "ter de gostar", fazendo a maior parte deles o contante da lista dos "obrigatório ler" em contexto aula, no Liceu.
Depois, fora esses, há o António. O Lobo Antunes.
Aquele por cuja escrita me apaixonei pelas crónicas, com o qual amuei por causa de alguns livros impossíveis, e pelo qual me voltei a apaixonar quando o reli, com esforço diluido através das páginas.
A ele dedico este texto (sei, ridículo porque nem vai saber, que se lixe), por ser para mim o maior escritor vivo.
António, ainda por cima...ou melhor, sobretudo!

11 comentários:

Uva Passa disse...

http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/escrevo-porque-nao-sei-dancar-como-o-fred-astaire-1674984

Li e adorei. Já leste?

Dinada disse...

Li, sim.
Foi também por lê-la que nasceu este poste :)

(apanheia na São João, da Febre dos Fenos)

quiescente disse...

... Lindo
... como diria o sr professor Marcelo
... antes de lançar na lareira um daqueles seus livros

Parabéns!
(pareceu necessitada de atenção; bem sei o que isso é, e lá adoptei mais um pobre gato)

Dinada disse...

Ohhh...pareci? :/
Pronto, pronto, afinal só estou contentinha, que estou.

quiescente disse...

:DDDDD
Fico feliz. Adoro agradar!
(a menina mora aqui, na blogo?)

Dinada disse...

Moro, pois....há 83 anos, mais coisa menos coisa :D:D

quiescente disse...

e então? qual o motivo para aquela "coisa" na esplanada do caro amigo Salgado?

a Dinada está familiarizada com a teorização do Cipolla? qual é a utilidade do argumento? diatribe? alguma revolta espontânea? qual o benefício, ainda que apenas para si própria, uma vez que para os outros nem sequer floresceu a delícia de ler refinada ironia?

isso coloca-a em maus lençóis (por assim dizer) - "elucidando", não haver benefício para os outros nem para si própria.

(a não ser que preze a minha ego maníaca companhia :)

Dinada disse...

Homessa, caro Q., quais lençóis?

Aqueles? Ora, pobre chita que nunca chegará a linho. :D

E benefícios? Bom, se forem fiscais, arrependo-me já aqui.

Senão, quem é o tal senhor e que poder lhe conferem os seguidores, nem tantos assim, que o poríam nos píncaros (houvesse isso dos píncaros nisto dos blogues)

Quanto à utilidade da diatríbe, nenhuma...é coisa de pele, mesmo e só. Irrita-me a soberba e gosto de desconstruir personagens que a ela se agarram :)

Dinada disse...

( e esqueci-me de elucidar que sim, que rejubilo, ó Q. :D )

quiescente disse...

Dinada,
há coisa de década e meia participava regularmente em fóruns de física nuclear, matemática e programação. assaltava-me um salutar fetiche pela física quântica e pela lógica (quem sabe se resultado daquela perspectiva mágica do mundo que herdamos da infância; que interessa isto? ora, nada, rigorosamente nada). continuando, o tempo passou e eu passei com ele, o emprego obrigou-me a concentrar em aspectos mais mundanos (a relevância nem sequer é uma questão, todas as coisas têm a sua importância), e assim deixei assuntos que durante tanto tempo me interessaram. obviamente já nem participo nem acompanho, tanto tempo passado, tanta novidade, tanta fragilidade da memória.

para ser explícito, o meu corolário desta prédica, porque tem pelo menos um, de outro modo estaria a desperdiçar essa preciosidade que é o Tempo, é o seguinte:

- saber o nível em que nos encontramos nas agitadas águas do mar revela a elegância do auto conhecimento; é bom sabermos se temos subtileza adequada para acompanhar os tubarões, os golfinhos ou as sardinhas.
nem que seja apenas para não destoar.

eu, esquisito, sou eclético, tenho uma curiosidade sociológica no fenómeno, o que é o mesmo que dizer: "tenho boa boquinha".

E agora inspiramos profundamente, aguentamos, aguentamos, aguentamos ... exalamos.
Estamos prontos para uma boa noite de soninho.

Dinada disse...

Olhe, Q., sublime resposta.
Bom soninho, cheio de glórias que aí construimos :)