sábado, agosto 24, 2013

Os Fogos, A Morte e os Gelados

Parece não fazer sentido este título, mas faz.

Os fogos lembram-me sempre um filho duma pessoa bastante próxima, de quem gostava muito. Incendiário, doente mental e alcoólico. Pegava fogos porque gostava de ver aquelas cores do lume, das labaredas, do xinfrim associado, dos cheiros a terra queimada, de tudo.
Não percebia, porque não podia, que aquilo era um inferno para quem lutava sempre para apagar o que ele queria ver propagado.
Não percebia o que era um Bombeiro nem porque diabo era aquele o nome que lhe davam: Bombeiro faz Bombas, é assim não é?
Não é, mas para o caso não interessa. Interessa que para ele, homónimo do meu mais novo, os Bombeiros serviam para por bombas e não para apagar triunfos seus.
Vistas as coisas com a devida distância o homónimo queria só fogo como nas festas, só que maior.

Morreram vários Soldados da Paz nestes dias, chamo-lhes assim, prefiro.
Morreram mal.
Morre-se sempre mal, digo eu!
Morre-se pior no entanto, e como é o caso, se se morre somente por amor ao outro, de forma totalmente altruísta, sem qualquer benefício em causa própria.

Está tudo mal, digo eu.
Tudo.

Fui com os meus três filhos comer um gelado ali à Avenida de Roma.
E está fresco, o gelado e o tempo (meteorígicamente falando), e as dores apareceram, assim como um alerta para me manter de olho aberto.

Estou para lá de sensível, hoje.
Nada muito diferente de ontem mas, hoje, agradeci muito ter estes príncipes na minha vida.

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