sábado, agosto 31, 2013

O Do Meio É dado Ao Pânico

Diz que os EUA atacaram a Síria, que começou a 3ª Guerra há p'raí 10', meu Deus mãe, vai tudo pelos ares, que tem pena de nos irmos todos pró galheiro tão cedo.
Não sei de nada, estava aqui quietinha e agora vou ver a Fox.
Rebentaram com a sensatez? Dane-se, só se vive uma vez.
E, se estiver mesmo a acontecer o que ele me diz, que morramos felizes.
Eu vou-me feliz, se tiver de ser agora!

(Egoísta? Egoista!)

domingo, agosto 25, 2013

25 de Agosto de 1988

Há 25 anos parti de Lisboa de avião, grávida de precisamente 7 meses, num misto de emoções muito forte.
Ardia o Chiado e, lá de cima, o estectáculo era impressonante. Sabia que no meio daquele caos estava a minha mãe, assistente social na Câmara de Lisboa, entretamto chamada pelo piquete para estar presente.
Deixou-me no aeroporto e seguiu para o cenário de guerra.

Lá em cima, muito em cima, em cima demais para o que eu queria, chorava.
Deixava para trás a família, partia para terras longínquas onde sabia esperar-me a falta óbvia de empatia por tudo o que acontecia na minha cidade.
Enganei-me.
Já em casa, de TV ligada, era o assunto do dia também.
Em Estocolmo falava-se de Lisboa, da tragédia, de mim enfim.

Foi talvez dos dias mais difíceis da mimha vida, aquele em que voei com o meu primogénito périnatal, sabendo que o regresso tardaria e que Lisboa não seria mais a mesma.


sábado, agosto 24, 2013

Os Fogos, A Morte e os Gelados

Parece não fazer sentido este título, mas faz.

Os fogos lembram-me sempre um filho duma pessoa bastante próxima, de quem gostava muito. Incendiário, doente mental e alcoólico. Pegava fogos porque gostava de ver aquelas cores do lume, das labaredas, do xinfrim associado, dos cheiros a terra queimada, de tudo.
Não percebia, porque não podia, que aquilo era um inferno para quem lutava sempre para apagar o que ele queria ver propagado.
Não percebia o que era um Bombeiro nem porque diabo era aquele o nome que lhe davam: Bombeiro faz Bombas, é assim não é?
Não é, mas para o caso não interessa. Interessa que para ele, homónimo do meu mais novo, os Bombeiros serviam para por bombas e não para apagar triunfos seus.
Vistas as coisas com a devida distância o homónimo queria só fogo como nas festas, só que maior.

Morreram vários Soldados da Paz nestes dias, chamo-lhes assim, prefiro.
Morreram mal.
Morre-se sempre mal, digo eu!
Morre-se pior no entanto, e como é o caso, se se morre somente por amor ao outro, de forma totalmente altruísta, sem qualquer benefício em causa própria.

Está tudo mal, digo eu.
Tudo.

Fui com os meus três filhos comer um gelado ali à Avenida de Roma.
E está fresco, o gelado e o tempo (meteorígicamente falando), e as dores apareceram, assim como um alerta para me manter de olho aberto.

Estou para lá de sensível, hoje.
Nada muito diferente de ontem mas, hoje, agradeci muito ter estes príncipes na minha vida.

sábado, agosto 17, 2013

Aos meus Dois (Três?) Leitores Portugueses

Assola-me esta dúvida:

Porque raio se escreve obSessão e, depois, personalizando a coisa, se desenvolve a palavra em obCecado?
A sério, elucidem-me, a ver de durmo sossegadita.

Notas de rodapé de somais importâcia:
 1. Os dois "s" que ali estavam antes eram gralha devido ao adiantado da hora na escrita do poste original;
2. Googlar antes de perguntar e vai-se a ver e a resposta está escarrapachado no link que se segue.

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/como-se-explica-palavra-obcecado-ser-grafada-enquanto-obsessao-grafa-se-com-sistema-ortografico-539188.shtml


sexta-feira, agosto 16, 2013

O Momento Em Que Me Tornei Cínica

Revejo diariamente a série " O Sexo e a Cidade".
Posto o intróito, reparei há mais ou menos três episódios que o genérico foi alterado em 2001 (é explícito no episódio anterior ao referido que é esse o ano, coisas de memórias abortativas da Carrie Bradshaw), desaparecendo do mesmo as Torres Gémeas que dele faziam parte, do tal genérico ali referido há atrasado.

E que tem isso a ver com a minha "cinicalidade"? 

Tudo!

Acho ridículo, acho inclusivamente trágico, que se apague da memória colectiva algo que existiu e que se perpetua no imaginário da paisagem novaiorquina, por mais photoshop, filmshop whatever, que se faça.

O que aconteceu não se apaga, nem na memória muito menos num espaço que antecede uma série.
Série esta que tem na sua génese o viver da Cidade em causa.

Com ou sem sexo, as Torres pertencem-lhe.
Sempre!

segunda-feira, agosto 05, 2013

Uma Idéia

Há uns anos bons, antes de haver telemóveis, todos tinhamos Agenda de bolso, em que na contracapa existia um campo específico que rezava assim: "Em caso de acidente ligar para".
Aqui, deixávamos os números de telefone do ou dos familiares ou amigos que gostariamos de ver alertados em qualquer fatalidade que nos acontecesse fora do circuito fechado e protegido do lar.

Com o advento das novas tecnologias isto das Agendas que transportamos é história para a grande maioria de nós.

Assim, lembrei-me disto: que tal institucionalizar a forma de haver o mesmo contacto à mão, no caso de algum imprevisto que nos surpreenda, desta feita no telemóvel?
Para mim seria um contacto no dito com o nome "Acidente" que, criado propositadamente, conteria um ou mais números para que quem nos acudir possa ligar, logo após o óbvio 112.

Pode não parecer mas seria extremamente útil, uma vez que temos os contactos organizados por nomes e, como é bom de ver, ninguém sabe se fulano ou cicrano é filho(a)/neto(a)/marido ou mulher/namorado(a).

Há, de facto, muitos de nós que ainda são abençoados com mãe/pai e aí estarão com esse epíteto, mas para outros, muitos, já não há progenitor vivo, logo, é o vazio total de identificação familiar.

Se esta idéia se tornar numa "norma", será um regresso à humanização das nossas vidas, um regresso ao tempo em que nos sentíamos mais seguros neste campo tão melindroso como o da imprevisibilidade das coisas.

Uma idéia a seguir, digo eu!