O silêncio, a merda do silêncio.
Soubesse eu e nunca tinha sido mãe. Ou tinha, sei lá.
Fiquem sabendo, aqueles que ainda vão a tempo, que da maior alegria vem também a maior tristeza.
Que, quando se experimenta a paternidade tudo muda, radicalmente.
Que o centro do universo sai de nós e se instala naquele ser gerado, que nos absorve por completo. Nada mais importa.
Hoje, sonhei com eles. Sonhei que me acordavam, como sempre, com beijos e abraços.
Era só um sonho e a solidão invadiu-me.
Repito: soubesse eu e nunca tinha tido filhos e vivia em África, a cuidar dos filhos dos outros. Com o amor e a distância saudável dele, desse amor que nunca seria visceral.
O meu mais pequenino ontem disse-me: mãe, tenho saudades do cheiro do teu cabelo. Engoli as lágrimas, guardadas para depois.
E fui ao cinema. E tentei, em vão, esquecer que este Natal vai ser uma bosta.
1 comentário:
Ai, ela...
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