O amor por esta tia Júlia (e pela irmã Modesta que morreu em Janeiro) é grande, muito grande.
Irmã da minha avó paterna, solteira, sempre me dedicou (nos, a mim e aos meus irmãos) muito tempo.
De grande qualidade.
Hoje, e na solidão que lhe sobrou tento compensar um vazio incompensável, que sei.
Mas tento.
Mais a mais, recheada de facadas não merecidas por quem punha as mãos no fogo, como me dizia mesmo perante evidências incortonáveis.
Já falei disto aqui, há pedaço.
Volto a isto hoje porque, tendo estado lá em casa com o Bernardo, e vendo-o secar-lhe as lágrimas da desilusão percebi que sou uma mãe do caraças, mesmo daquelas assim boas e que cumpri o meu trabalho.
Pelo menos com este filho que conhece e convive com esta tia desde o berço e gosta dela como eu, do fundo do coração.
Abraçou-a quando lhe começaram a correr lágrimas do desgosto pelo fogo que lhe queimou as mãos.
Disse:
_ Tia, nós somos quem importa, a sua família. O resto esqueça. Estamos sempre aqui, consigo.
E a tia chorou num abraço apertado nos braços dele, acreditando, sossegando...
É bom ter filhos já adultos, homens feitos, que para além de não terem medo de abraçar gostam de o fazer, gostam dos beijos dos nossos velhos, de estar com eles, de os ouvir, de os mimar!
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