domingo, dezembro 21, 2008

Sacos Grandes que Guardam Sacos Mais Pequenos

Amore Musica (traduzido em português do Brasil)

Para não jogar fora as lágrimas que chorei
Me levantar ainda que voando e me fazer sentido, mesmo que sozinho

Com esta música que canto sem você
Mas meu teatro está vazio e, esta multidão, está muda...

E você sabe, não esqueci de você
E terminado o ontem a música estava
e é por isso que eu que nunca finjo
Sozinho me perguntei:

"Agora por quem canto?"

Amor e música

Estou de novo aqui
Por quanto fôlego terei

A voz e a alma é tudo aquilo que tenho
É tudo aquilo que tenho

Para não jogar fora o meu desespero
Para não tocar o fundo e fazer uma canção

Amor e música que brincam de roda
De novo estão de mãos dadas

Neste meu teatro cheio
Me encontrei
Encontrei...

Amor e música

Estou de novo aqui
Por quanto fôlego terei
A voz e a alma é tudo aquilo que tenho
É tudo aquilo que tenho

Amor e música

Como dois corações afiados, no coro farei.. eu farei...
Do seu canto o meu orgulho
E o meu encanto

Faróis acesos contra a escuridão
Como dois ternos amantes
Olhares lúcidos na platéia

E nós entre tantos
Amor e música mais uma vez estão de mãos dadas
Se em meu teatro cheio eu
Encontrei

Encontrei você

Amor e música

Russell Watson


Infelizmente, e por muito estranho que (me) pareça, não encontro a música no youtube...só um minuto promocional da MTv.
É maravilhosa...e tocante.
Se conseguirem encontrar ouçam,


Cheguei da Basílica da Estrela há 2 horas. Faz 6 meses que o Gil partiu e a Missa foi cantada, linda.

Ainda não tinha almoçado e abri a porta da despensa à procura dum tempero para uma receita que ia começar a inventar.

Dei de caras, no chão, com um grande saco de plástico esventrado, donde saíam outros sacos, mais pequenos.

Ameaça antiga.
Enfiava para lá todos aqueles que não serviam para levar lixo e, mais cedo ou mais tarde, o grande, o tal em cima do armário, explodiria.

Foi hoje.

Tinha lá dentro (vejam bem, coitado), um do Ikea, maior do que ele e que era obrigado a suportar.

Resolvi: é hoje, que se lixe o almoço, gorda como estou só me faz bem jejuar.

E assim foi, a trasfega.

No meio de sacos, saquinhos e sacões, cai-me no colo um rebuçado roxo gigante, tão bem preservado como se o tivesse recebido nas mãos ontem, dado o amor revelado pelo esmero do embrulho.

Parei. Olhei fixamente para o meu passado e quis lembrar-me de quem mo deu, porque mo deu, porque não me desfiz dele, porque está fechadinho, o embrulho, como se nunca tivesse sido aberto?

Como uma criança pequena a abrir presentes no Natal, apressei-me a destruir toda aquela obra de arte, rasgando tudo, em ânsias de chegar ao conteúdo.

Uma caixa de perfume, aparentemente vazia.
Mas só aparentemente.

Lá dentro tinha um mini envelope.
Ainda pensei:olha, queres ver que na altura em que recebi não reparei, mas está aqui o segredo do dador e do amor que o moveu?!
Não estava.

O Perfume em causa é da Clarins e chama-se Par Amour.

E, dentro do envelope está um poema em várias língua, omitindo o autor e que transcrevo:

"Amar exprimindo
Em parcas palavras
De relance
Sob a égide dum olhar
No eco radioso duma gargalhada

Amar sentindo
Um aperto na garganta
Tremendo de alegria
Na alcova dos teus braços
Para jamais voltar a partir

Amar partilhando
Porque tu és tudo
Amor e alegria
E desejo contigo
O amor eterno"

Coube tudo no outro saco. A surpresa neste envelopezinho guardei-a para memória futura.

Para me lembrar, sempre, que não existe jamais

Hoje, Agora e Aqui.

E só, não é Gil?

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