Chegada a casa tomei um banho demorado.
Não é costume e nem eu me encontro em forma para as dificuldades físicas que isso acarreta, mas valeu o esforço.
Relaxei.
Não pensei, esvaziei-me toda.
Tenho esta mania, só saio do Aeroporto quando o vôo TAP 500 aparece como departed/partida.
Ficar lá, sentada, mirando aquelas roldanas gigantes sempre a rodar as letras que fazem as palavras.
Entretanto, ontem o Henrique confessou-me que tem um novo super poder: não chorar ao despedir-se da mãe.
Disse que mo pode emprestar porque, se eu não o tiver, o dele enfraquece, assim tipo Kryptonite no Super-Homem.
Resultou.
Não chorámos. Demos um abraço de sorrisos, muito apertado, com a boa disposição do Martin no meio e ele disse alto, já longe:
- Vê mãe? Resulta!
Este banho retemperador só recebeu umas duas, vá, três lágrimas....mas isso deve ser porque quanto mais longe ele está mais o super poder emprestado enfraquece.
Boa Viagem meus AMORES!
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