Escrevo muito pouco sobre a minha.
Talvez porque a amo demais e esse amor é proporcional à dificuldade que as mais das vezes temos em entendermo-nos.
A minha mãe não me percebe e eu idem aspas.
Só nos encontramos no mimo, esse sempre incondicional.
A minha mãe é muita bonita e elegante.
Faz hoje 73 anos mas não parece.
Ainda hoje lhe preguei a partida na merceeria de bairro onde vai há anos. Eu passeava a Mousse e encontrei-a lá.
Da porta chamei-a e orgulhosa dei-lhe os parabéns. Estavam lá vária pessoas que nos conhecem sem conhecer mas de anos de cruzamentos de sorrisos e vou eu e lanço um repto ( e a mãe com um olhar fulminante tipo- ai que te mato:
- quantos anos acham que celebra esta senhora?
- her...hummm....
(pausa de segundos e praticamente unânimes)
-65? 66?
E eu olho para a Avó Ginha que, babada, finge nem ligar.
Mas lá responde com um ar falsamente tímido:
- Ó obrigada, são tão simpáticos quanto cegos. Eu hoje completo 73 Verões.
Abracei-a. Ela, tão apressada quanto atrapalhada sorria nos olhos o orgulho do momento.
A minha mãe é muito bonita, por dentro e por fora e, mesmo que não me entenda, nunca poderia ter tido uma melhor. É a minha. É leoa!
Parabéns Mãe.
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