sábado, agosto 14, 2010

Há Horas Que Passaram

Pesava-lhe no ventre
Um bebé inexistente
Mas pendente

Havia de ter existido
Vivido
Andado e corrido

Onde está
Por onde parará
Que corpo encarnará

Que pai terá
Que coração baterá
Que dom o abençoará

Que amor incomensurável haverá
Terá pudor desse amor
Saberá da dor

Não pode sofrer em vão
Pois se a mãe donde não nasceu
Não conheceu, então

Mas nunca o esqueceu
Porque o desejou sem o conhecer
Sem tempo de o conceber

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