O meu pai teve uma consulta de urgência com o cirurgião que o acompanha desde o início de todo o processo duma das doenças de que padece há já uns anos.
Estava cheio de dores e a minha mãe, aflita, falou com ele pelo telemóvel (que prontamente atendeu) e ele aceitou recebê-lo ainda nessa tarde.
Foram os dois, como sempre.
Confiam cegamente no Dr. X e a minha mãe relaxou...
Chegados da CUF, telefono a saber.
Diálogo com a minha mãe:
-Então mãe? Que disse o Dr. X?
- É grave...ou pode ser.
-Mas o que é ao certo?
- Sabes filha, não nos explicou bem, como era costume. E pareceu-me distante, até um bocadinho antipático. Não houve aquela empatia de sempre. Só disse que era grave.
- E agora?
- Volta na segunda e vai fazer uns exames.
- Mãe, vamos ter calma. E a mãe sabe que o pai está em boas mãos. Vamos esperar.
- Sim filha, vamos. Só tive pena da maneira como nos recebeu...
- Ora mãe, estaria com pressa.
Mais um dedo de conversa e despedimo-nos.
Conclusão: de facto, a partir do momento em que a notícia que um médico de quem gostamos, e que sempre sentimos do 'nosso' lado, se põe do lado da 'maldita doença' deixa de ser simpático.
Mais, deixamos de ouvir o que tem para nos dizer. Ficamo-nos pelo " é grave".
Deixo aqui um grande abraço ao Dr. X que tantas vezes agarrou o meu pai mo trouxe de volta.
E que é um médico com Maíscula, daqueles que ampara.
Aminha mãe é que se desamparou.
E aí entram a famíla, os amigos.
No meio disto tudo o meu pai.
Que, segundo a minha mãe, não notou diferença nenhuma de tratamento.
O que dá que pensar!
1 comentário:
A Vida, dá que pensar...
Enviar um comentário