Um(a) anónimo(a) dizia-me que me sentia triste. Perpicaz!
Hoje lá fui encaminhar para Estocolmo as minhas jóias. Desta vez sobrou-me uma, a maior em tamanho e só. Tem exames, não pôde ir.
Custou mil vezes mais, ver partir os pequeninos sem ele. Mil trezentas e quarenta e sete vezes mais.
Ficámos os dois em terra, ali, especados, a vê-los voar. Eles e nós com olhos marejados, mais do que o costume que o mano grande sempre ajuda na força da hora da despedida.
Ficam até 13 de Julho e é mais um ano sem eles no meu aniversário, logo este ano que capicuo.
Viemos para casa em silêncio, eu a guiar em automático, ele a acordar-me nos semáforos.
Chegada a casa corro para o banho: reunião às 10h. Chego atrasada e corre mal.
Almoço sem fome e toca o telefone. Ariana e pânico (meu, ela sempre serena). É a irmã do Gil e, sempre que me liga, aperta-se-me o coração duma forma que parece que vai encolher e desaparecer de vez.
E tinha razões para isso, para encolher: o Gil está em coma. O Gil já levou a extrema-unção. Pediu-me ela para rezar por um milagre. Para todos os amigos o fazerem. Acendi uma vela e pedi.
Fiz 7 telefonemas íntimos e todos chorámos...mas todos acendemos a vela e todos estamos a rezar.
Entretanto, os meus filhos já chegaram, ligou-me o Martin. Feliz, ao lado do pai.
Estou tão cansada...
2 comentários:
E o Gil, por que rezaria ele ?Preferiria ir em paz e sem dor ou viver em sofrimento?
O Gil preferiria VIVER! Sem dor e em paz.
O Gil está a horas de perder o sonho...
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